F – Portifólios/ Histórico Informal – FLIP, Bienal etc.

Nesta seção publico imagens scaneadas de reportagens feitas, fotos de minha trajetoria profissional e trechos de manuscritos:

1 – PORTIFOLIO JORNALISMO

Materias assinadas cujos veículos consegui guardar cópia:

2003 – Rudge Ramos Jornal

Capa Rudge Ramos Jornal Edição 680

Chamada de Capa com reportagem

Reportagem

Reportagem digitada (Em construção):

Capa Rudge Ramos Jornal Edicão 683

Chamada de Capa Reportagem

Reportagem – visualização na página

Reportagem

Reportegem – texto

Reportagem Digitada (Em Construção):

Capa Rudge Ramos Jornal Edicão 685

Reportagem – visualização na página

Reportagem – Texto

Reportagem Digitada (Em Construção):

Capa Rudge Ramos Jornal Edição 689

Reportagem – visualização na página

Reportagem – Texto 1

Reportagem – texto 2

Reportagem Digitada (Em Construção):

Capa Rudge Ramos Jornal Edição 689

Reportagem – visualização na página

Reportagem – Texto

Reportagem Digitada (Em Construção):

Capa Rudge Ramos Jornal Edição 709

                                   Reportagem – visualização na página

                                                         Reportagem – texto 1

Reportagem – texto 2

                                                         Reportagem – texto 3

2001 – Trabalho Voluntário no Periódico “Reporter na Escola”

Capa Superior

Capa inferior

(Em construção)

2 – PORTIFÓLIO LITERATURA

Este blog é uma amostra de textos curtos, como contos, crônicas e poesias.

Há também páginas específicas a respeito de cada livro produzido por mim.

1- (Atual) Primeiro Livro Publicado, o e-book “Desvendando o Amor – A Revolução dos Relacionamentos”

https://camilapigato.wordpress.com/a-bastidores-desvendando-o-amor/

2 – “As Aventuras de Petit”

https://camilapigato.wordpress.com/primeiro-livro-as-aventuras-de-petit/

3 – “A Menina que Encontrou o Amor”

https://camilapigato.wordpress.com/segundo-livro-a-menina-que-encontrou-o-amor/

4 – Romance sobre democracia (Título ainda não divulgado)

https://camilapigato.wordpress.com/terceiro-livro-romance-sobre-democracia/

4 – Há um romance iniciado ainda à época da faculdade, que retomei no início de 2009, quando fechei minha papelaria e iniciei de fato a carreira de escritora. Conta a estória de uma moça que deixa a vida que conhecia para trás, para superar um tauma emocional, e acaba virando uma famosa cantora internacional. Segue trecho:

Capítulo 1 – Recomeço

A estrada estava relativamente vazia. Movimento normal para uma quarta-feira à tarde. Ao lado direito dela, o sol iluminava a cadeia de montanhas que circundava aquele vale, fazendo com que cada pedaço de vegetação ficasse nitidamente desenhado e os tons de verde totalmente delineados. Uma cena linda de ser vista. Quantas e quantas vezes ela já havia apreciado situações semelhantes, e como em todas elas, um sentimento de esperança invadiu sua alma.

O carro foi fazendo a curva, diminuindo a velocidade para entrar numa pista mais lenta, e ela foi observando os últimos pedaços visíveis da montanha, para logo ver a construção do Aeroporto Internacional se aproximar. Em menos de um minuto ela entraria no portão C, estacionaria o carro e pegaria um avião para fora do país. Ainda dava tempo de fazer meia volta…

Mesmo com uma lágrima pronta para cair, ela manteve a velocidade, em instantes estacionou o carro, entregou a chave à locadora, colocou as malas no carrinho e se dirigiu para o despache de malas.

Era inverno aqui no Brasil, e ela estava elegantemente vestida para esta viagem. Cabelos lisos, castanhos, caindo no meio das costas; um metro e setenta de altura, olhos cor de mel, nariz levemente arrebitado. Magra, o sobretudo preto caía-lhe muito bem.

Caminhou determinada, sem parar nem olhar para trás, em direção ao balcão da companhia aérea que a levaria para o outro lado do oceano. Estava decidida. Era muito difícil deixar tudo para trás. Se parasse para pensar agora, talvez desistisse. Mas o que a movia era muito intenso para que pensasse na hipótese de voltar. Na verdade, naquele momento, naquele estado de espírito, ela não tinha escolha.

Conforme a fila para o Check-in no balcão da EuropaAirlines” foi se aproximando, o barulho do salto de sua bota foi aumentando, assim como as batidas de seu coração. Ela pisou firme e rapidamente, para acabar logo com aquela ansiedade. Seria mais difícil desistir se as malas já estivessem encaminhadas para o avião.

Batendo os bilhetes de embarque nas mãos, enquanto aguardava o próximo guichê livre, pensou em tudo que estava deixando para trás… Mas quando ia começar a ficar emotiva, foi chamada e ficou apenas com a mala de mão e com uma hora livre antes de seu vôo.

Dirigiu-se à sala de embarque, onde encontrou uma Cafeteria e uma mesinha discreta ao fundo. Pediu um capuccino sem canela, um pão de queijo e abriu o laptop, para confirmar como estaria o tempo do outro lado do Atlântico…

Trecho do Capítulo Final

– Eu precisei viajar o mundo, conhecer todo tipo de países, de culturas, de pessoas e até de almas para descobrir a minha.

Saí de casa para fugir da infelicidade, com a esperança de ser feliz em algum outro lugar, mas descobri que a felicidade vem de mim, e não do lugar onde estou.

Precisei não me envolver com ninguém para não sentir insegurança. Mostrei apenas o meu lado bom – já que não fiquei tempo suficiente para que pudessem conhecer o ruim – e ouvi apenas elogios. Só senti carinho das pessoas e a vontade delas de me amarem.

Não dei chance para que elas descuidassem de mim. Assim, eu mesma fortifiquei o meu ego e passei a ser segura.

Pude reencontrar meus afetos do passado e encará-los. Mesmo que eles me rejeitassem eu seria feliz, porque a minha felicidade pertence só a mim, e não a eles.

Agora eu sei o quanto sou importante, não preciso mais esperar isso vir deles. Precisei me sentir importante através de milhares de pessoas, ouvi-las gritarem meu nome, chorarem ao me ver, pedirem para tirar fotos comigo para perceber que sou alguém, que tenho valor. E não conseguia me sentir valorizada por uma pessoa! Hoje percebo que depende apenas de mim o amor que sentirei, pois ele não virá de fora, mas sim, reflexo daquele que eu oferecer, vindo de dentro.”

3 – BASTIDORES PROFISSIONAIS (Arquivo pessoal):

20/04/2001 – Manifestação na Aveninda Paulista contra a ALCA e o FMI

Minha primeira entrada ao vivo no Telejornal Local (2002)

28/03/2003 – Visita à Mesquita Muçulmana para reportagem Rudge Ramos Jornal e cobertura da Manifestação pela Paz

***************

03/09/2005 – ABC Papelaria – minha sócia (irmã) e eu

Julho 2006 – Papelaria, minha irmã e eu. Nota-se que era Copa do Mundo…

28/ 08/ 2006 – Feira Escolar realizada no Anhembi, em São Paulo – SP. Fomos nos anos posteriores, sempre trazendo novidades à nossa loja. Se eu soubesse que um dia usaria essas fotos para fins profissionais, teria tirado também com os fornecedores, mas à época achei que profissional fosse não fazê-lo…

Novembro 2007 – Eu na loja, com uniforme

21/07/2008 – (da esq. para direita): Representante de Vendas, Marcelo, minha irmã, eu e outras micro-empresárias, na visita e Workshop sobre vendas e informações a respeito o ramo papeleiro no maior fornecedor do segmento (à época), na cidade de Itapuí – SP.

Galpão da Empresa

Sala onde realizou-se o Workshop (estou à esquerda)

Ao final do dia as atividades foram encerradas com um jantar promovido pelos donos da empresa, agachados, de camisa clara, ao centro.

*************

21/08/2009 – Primeiro, no escritório, eu registrando o momento em que imprimi o primeiro manuscrito final (houve o da revisão, que foi bem alterado). Depois, na bancada da cozinha, rubricando cada página  para registro na Biblioteca Nacional. Neste mesmo dia enviei via Correio e senti uma realização ímpar por concretizar um trabalho.

ENTREGA DOS MANUSCRITOS ÀS EDITORAS

09/02/2010 – Nesta manhã de terça-feira eu estava no quarto de hotel,  pronta para continuar levando pessoalmente meus manuscritos às editoras em São Paulo, capital.

Em  setembro de 2009, havia enviado via correio os exemplares do livro infantil, após aproximadamente um mês para esperar o registro da Biblioteca Nacional. Porém, com o romance em mãos (“A Menina que Encontrou o Amor”), fiz questão de conhecer os lugares, as pessoas com quem me fosse possível ter contato, e julguei coerente entregar os exemplares do livro infantil para algumas delas, que não estavam inclusas no primeiro envio.

Foram dois dias, metodicamente planejados. Saí de Lorena na segunda, 08/02, bem cedo. Já havia estudado o roteiro e o trânsito fluiu bem. Só uma lentidão ao chegar na cidade, mas o resto foi perfeito. Até a 23 de Maio estava livre! Como eu não dispunha de muitos recursos e cada hora de estacionamento na capital é o que pago por 24 horas em Lorena, deixava o carro ou onde já teria que pagar, ou em supermarcados estrategicamente posicionados. Para poder usá-los, aproveitava para comprar algo de que realmente necessitava e fazia o trajeto a pé. Caminhava com um sapato confortável e uma bolsa grande, onde guardava o de salto. Ao chegar perto dos endereços, escondia-me um pouco, ou me afastava, trocava os sapatos, pendurava a bolsa pesada, que eu carregava atravessada no corpo, só em um ombro – o que era mais apresentável – enxugava o suor (sim, havia também um toalhinha!) e entrava.

Este é um exemplar de manuscrito que entreguei às editoras. Como nunca havia publicado um livro, completamente inexperiente, a saída foi pesquisar dicas de autores já publicados. Havia lido, meses antes, no site da Thalita Rebouças, que as editoras recebem muitos envelopes iguais todos os dias e poderíamos chamar a atenção para os nossos manuscritos. Ela contou que enviava balinhas para os editores.

Comprei um saco de balas e, ao dirigir após dar uma carona à minha irmã, foi me vindo à mente o jeito de empacotar os manuscritos. Lembrei das lantejoulas que tinha em casa (eu tive uma papelaria, certo?) e que, das poucas coisas que sei fazer em desenho, uma delas são flores. Pensei em fazer no envelope, mas imaginei que a cola deixaria o papel amolecido, então, me veio à mente a pasta polionda forrada com papel espelho; a flor tinha que ser rosa, então, uma cor que contrastava bem era amarelo, e aí criei esse envólucro.

Deixava no porta-malas os “pacotes” excedentes e carregava em cada trajeto os necessários, cada um embalado em um saco plástico, dentro de uma outra bolsa/pasta, para o atrito não remover as lantejoulas.

Naquela segunda-feira ensolarada de fevereirio, 08/02, cheguei pela Ayrton Senna e parei no Shopping D. Lá, fiz um lanche (eram mais ou menos 10h), escovei dentes, troquei de roupa, renovei perfume, atravessei o rio Tietê pela ponte que leva à rodoviária, peguei metrô e fui para a Zona Oeste.

Desci perto do Memorial da América Latina e fui em direção à Avenida Francisco Matarazzo. Caminhei vinte minutos debaixo de sol forte. Ao chegar no imponente prédio, fiz o “ritual” e entrei. Muitas vezes o esforço não se mostrava tão necessário, pois eu ficava barrada na portaria de uma pomposa construção moderna, como aconteceu neste caso: nem recebram o manuscrito.

Sentei na porta do complexo, onde precisei renovar band-aids e me perguntei se seria tudo assim. Achei-me uma boba por estar ali, iria apenas gastar dinheiro e tempo à toa, era ilusão pensar que alguém iria me dar chance e quis voltar a Lorena. Mas, logo em seguida, pensei que tinha em mãos uma negativa e ainda cinco possibilidades de afirmativa. Resolvi não desanimar e voltei a ficar confiante.

Retornei ao shopping, almocei e peguei a Marginal. Já eram duas horas quando saí, então, já havia iniciado o período da diária no hotel. Poderia, então, deixar o carro no hotel, estrategicamente posicionado na Vila Mariana (se eu ficasse na casa da família, o quê gastaria de gasolina seria equivalente à diária, mas o tempo que levaria para me locomover poderiam impossibilitar completar minha empreitada).

Fiz check-in, tomei banho e me preparei para outra pernada: duas editoras em direção ao Ibirapuera. Consegui! Entreguei só um, pois eram do mesmo dono. Voltei à Domingos de Morais e parei num Café. Quase peguei um ônibus para arriscar numa em Perdizes, mas temi não dar tempo. Resolvi continuar no local e descobri uma possível editora, pois eles eram integrados a uma pequena livraria.

À noite caminhei livremente pela Paulista. Fui até o local onde sonho lançar meus livros – a Livraria Cultura do Conjunto Nacional – e lá pesquisei mais editoras. Encontrei mais uma, na Faria Lima (justo a direção que eu seguiria no dia seguinte!). Poderia encaminhar o primeiro manuscrito, rejeitado pela manhã.

Ao voltar pela Paulista iluminada, entrei na livraria de uma editora que não havia me vindo à mente antes. Fiz um contato e ele explicou onde ficava a sede, ali perto, e incluí no meu roteiro. Havia também sobrando o manuscrito da tarde, cujas editoras eram do mesmo grupo, e eu teria a manhã de terça parcialmente livre. Passei no shopping, comprei cola, tesoura, folha de sulfite rosa para substituir os destinatários e eram pouco mais dez horas quando comecei a fazer as modificações. Dormi mais de onze e meia, exausta, mas muito feliz.

Só poderia dispor de uma diária, então, tinha até o meio-dia para deixar o hotel. Acordei bem cedo, tomei café da manhã, me arrumei (foi quando tirei a foto acima) e fui até a editora descoberta na véspera. Precisei renovar os band-aids no caminho (de carro era perto, mas a pé, descer toda a Vergueiro e atravessar a Brigadeiro, sem o sapato de plástico, não foi fácil!) e voltei ao hotel.

Ao descer para o check-out, uma camareira me olhou enquanto eu esperava o elevador e me perguntou: “Você é Psicóloga?”. Eu expliquei que tinha simpatia muito grande pela área e que, com a minha escrita, tentava ser um pouco para os leitores, sem perceber…

Fiz check-out e me dirigi a um Extra na Avenida Santo Amaro. Se pela manhã eu achava ter atingido o máximo de caminhada não planejada, mal sabia o que viria à tarde… Estava com o sapato confortável e o de salto na bolsa, mas novamente errei ao distanciar os pontos. Gosto de caminhar, e isso às vezes me empolga, fazendo tudo parecer perto demais…

Assim que estacionei, dirigi-me à duas editoras que ficavam em ruas próximas, ao mercado. Ao chegar perto dos prédios, o mesmo cuidado para não passar na frente antes de trocar os sapatos, fazer isso discretamente longe das vistas e entrar como se caminhar de salto fosse, para mim, super natural e leve… Ok, confesso, até que era divertido!

Entreguei os dois manuscritos e voltei ao ponto de partida. Na praça de alimentação do mercado, fiz um lanche e voltei ao carro para reabastecer a bolsa/pasta com os manuscritos e recordar o itinerário. A nova editora da Faria Lima ficava bem no meio do caminho. Como não havia conseguido acessar a internet na véspera para descobrir um mercado ou mesmo um estacionamento pago, olhei no guia e achei a Faria Lima próxima. Resolvi caminhar…

Cheguei nesta travessa da Faria Lima e encontrei um local desabitado, fechado. Nada de editora. E foi aí que cometi um grande erro… em vez de voltar, pegar o carro e prosseguir, por faltar só meio trajeto, resolvi seguir. E lá fui eu para a Rua Hungria… Parei na loja de conveniência só para tomar algo, ficar no gelado, mas logo segui os últimos blocos.

Entrei, conversei com alguns funcionários e pensei que ali era meu caminho para sair da cidade, mas o carro ainda estava lááá dentro… Pois é… eu fui e voltei a pé do Extra da Aveninda Santo Amaro, com carga e num dia de sol, até quase o shopping Eldorado… Pelo menos tive um novo método de conhecimento da minha cidade natal…

Voltei, fiz minhas comprinhas para fazer valer o estacionamento e vim embora. No dia seguinte, não me atrevi a ficar mais que dez minutos de pé, resolvendo questões intelectuais, não práticas, sempre sentada… Mas valeu a pena! Hoje é uma destas editoras que vai publicar meu primeiro romance! (Precisei esperar um ano e quatro meses para saber disso, sem contar o que eu ainda espero devido ao natural processo de publicação).

BIENAL 2010

19/08/2010 – De volta ao Anhembi, desta vez, para fazer parte do universo da Literatura. Fiz questão de registrar até o ingresso. Optei por ir sozinha pois, apesar de ter muitos momentos agradáveis – já que ler é meu lazer predileto -, o intuito era profissional. Precisava ser direta, ter foco. Eu fui para conhecer editoras ou estreitar laços com as já conhecidas. Deixei meu cartão com várias empresas e havia cópias de manuscritos no porta-malas, caso conseguisse algum contato mais “editorial” e não comercial, como é comum em feiras assim.

20/08/2010 – Segundo dia de exploração por todas as editoras possíveis para publicação. Muito importante para o escritor manter contato com o mundo da Literatura, participar de concursos e procurar contato com outros escritores. Somos seres sociais, necessitamos de identificação. O ofício de escrever é sim, solitário, mas o escritor não precisa ser.

Adquiri um exemplar da Constiuição Brasileira tanto por ser cidadã, quanto para ajudar em minhas pesquisas para a produção do terceiro romance. Ao chegar perto do stand do Senado, tive a certeza de que este livro é possível e pode ser muito útil. E torci para ser viável a mim fazer uma pesquisa in loco, não apenas teórica. Tempo ao tempo…

*************

17/10/2010 – Em um passeio de final de semana, tirei algumas fotos para divulgar o livro artesanal que eu mesma havia confeccionado, em abril de 2010. No mês de novembro deste mesmo ano, produzi o filme explicando o processo. Sentia necessidade de vê-lo como seria publicado, não mais como um manuscrito em folha A4. Lembrei-me do livro lido na infância “O Mistério da Fábrica de Livros”, de Pedro Bandeira, das existências de cadernos, costura; de uma visita a uma gráfica feita no primeiro ano de faculdade, e como colavam as lombadas (mesmo que por prensa, o que eu não tinha), e resolvi fazer o mesmo, ainda que só para mim (o custo de cada exemplar gira em torno de R$40,00!).

O video está no youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=WUu8ChgLQAE

FLIP

(Festa Literária Internacional de Paraty)

FLIP 2012

04 a 08/07/2012

Há alguns anos eu ensaiava uma ida à Flip, mas a instabilidade financeira não permitia. Eis que este ano eu tive a oportunidade e, mesmo em cima da hora, tudo deu certo e lá eu estive, pela primeira vez.

Venci o comodismo da ausência do carro, aproveitei a observação da paisagem durante a viagem que, realmente, demora mais de ônibus, mas foram reflexões essenciais.

Quando sofremos, queremos logo voltar ao “estado de normalidade”, à calmaria, voltar a ser como era antes e nunca mais mudar, pensando que a dor é a vilã, a exceção à regra. Sendo imperfeitos e em processo de evolução, queremos passar pela escola Terra sem nenhum solavanco.

Conforme os campos e acostamentos iam passando (eu ainda estava no início da viagem, ainda no Vale do Paraíba, na Via Dutra), veio-me à mente que a vida é como a viagem que eu fazia: constante movimento.

O que muda é o modo como nos comportamos: eu poderia estar no ônibus meditando, observando e vivendo calmamente; berrando, me desesperando, brigando, ou mesmo dormindo. O movimento, entretanto, é inevitável. A vida não é paradeiro, é viagem! A ausência de dor ou sofrimento é como as paradas na estrada. Existem, são necessárias, mas acabam. Vinte minutos depois, lá estamos nós outra vez, deslocando-nos!

Claro, muitos confundem esta inevitável presença do sofrimento na vida com buscá-lo ou alimentá-lo, e não é nada disso. Há situações em que podemos evitar a dor ou viver apenas a dor necessária. Bem diferente de mergulhar nele…

Eis que, com a mente um pouco mais elevada, cheguei ao meu destino: Paraty!

Paraty Chegada

Fiz um breve reconhecimento pelo local e  procurei comida. Um pouco devido à fome, um pouco devido a uma tentativa de ânimo à minha alma sofrida, cometi uma extravagância… Escolhi um restaurante à beira do rio, um pouco mais caro, para fazer a minha primeira refeição.

Enquanto a refeição não chegava, lia, encantada, “Um Sopro de Vida”, de Clarice Lispector. Nas páginas que pude ler ali, emocionei-me com sua impressão sobre a escrita. E lá estava eu, em mais um passo em direção à busca da minha…

Flip quarta restaurante

Nesta tarde, comprei os poucos ingressos que restavam para as palestras, somente para o telão – os “ao vivo” já estam esgotados. Conheci a cidade e voltei à pousada, a fim de me arrumar para a noite.

Foram quatro dias de cultura, reflexões, descobertas e Literatura… Um privilégio! Estava com o pesado manuscrito de “Desvendando o Amor – A Revolução dos Relacionamentos” na mala, todavia, lá permaneceu. Não consegui trabalhar nele. Queria ter tido tempo para tomar um café e olhar o mar, revisando o texto. Mas era tudo tão novo, havia tanto ocorrendo no mundo que eu não consegui me desligar dele, para adentrar outra vez em meu mundo.

Havia livros pendurados em árvores…

Livros Arvores

… e vários assuntos sendo estudados e debatidos. Como tenho uma relação especial com o mar e sentia necessidade de contato, neste primeiro dia fui turista e fiz um passeio de barco. Não sem antes ler um livro!

Eu Livro Arvore

O protagonista se chamava Raimundo, como um grande amigo! 🙂

Andei até o Cais, que fica na outra ponta do Centro Histórico (pelo meu referencial) para embarcar.

No meio do caminho havia uma banca de chapéus, havia uma banca de chapéus no meio do caminho…

Paraty Cais

Ainda que só no final do passeio uma moça tenha me ensinado a colocar o elástico atrás da orelha, e, por ter medo de ficar sem bateria, eu não ter visto nas fotos batidas que a etiqueta do chapéu estava para fora (risos)…

Bem-vindo “momento relax”:

Relax Barco

Vista do almoço:

Vista Almoço

E um momento interessante… O barco havia feito uma parada para mergulho. Eu escrevia um poema, olhando o mar. Mas havia um incômodo, uma vontade de mergulhar… Deixei para depois e voltei à poesia. “A vida é agora, aproveite”, dizia este meu outro lado. “De que adianta viver as coisas pela metade?”.

Ver as coisas de fora, continuar o que eu já sabia e onde me sentia confortável, fazendo o que eu mais fazia e seguindo o fluxo de meu estado de alma solitário, voltado para mim, entretanto, me fizeram sossegar.

Neste momento, então, veio a reflexão: o escritor, de fato, pela natureza do ofício, precisa ver as coisas de outro ângulo, de fora, enquanto os outros vivem. Precisa observar. Mas… não a todo tempo! Como saberá exatamente o que vivem, se ele não experimentar também?

Foi então que eu deixei o poema para a noite de luar que, se fosse repetição da véspera, seria magnífica (e foi!). Diante daquele mar esverdeado e daquele sol cheio de vida, simplesmente larguei tudo, tirei a roupa de cima e, ainda que hesitante – e não sem antes perguntar a temperatura da água – mergulhei! No mar, na vida…

Eu pós mergulho peixes

Depois de refazer as energias, retornei à cidade e à noite saí em busca daquele ambiente impregnado de conhecimento. E lá estava “o homenageado” da festa, Drummond:Estátua Drummond e eu

Esta era a vista de minhas idas e vindas da pousada ao Centro, terapêuticas por si só. A praia do Jabaquara:

Praia Jabaquara

Na sexta-feira, 06/07, dia de FLIP de manhã à noite. Comecei o dia sentindo saudades do jornalismo dinâmico de redações, ao comparecer à Casa Folha e ouvir Ruy Castro falar…

Ruy Castro

Quando lançarem um tablet à prova-d’água, seremos dois felizardos, pois ambos temos as melhores ideias no chuveiro!

Entre um encontro e outro, simplesmente esbarrei com o admirável – e simpático – Luiz Fernando Veríssimo. Não tive palavras!

Luiz Fernando e eu

Perdendo um pouco a timidez (aprendendo a “mergulhar”), quando encontrei, mais tarde, outra pessoa que admiro, foi o contrário: não parei de falar!

Conversando Pondé

Lendo colunas na Folha, vendo entrevistas, não consigo deixar de admirar a lucidez, a clareza e coerência de ideias do Filósofo Luiz Felipe Pondé.

Pondé e eu

Eu disse a ele que, apesar de percorrermos caminhos diversos, de nem sempre concordarmos (se ele lesse o que eu escrevo, certamente discordia de algumas coisas, assim como, por sermos seres únicos e distintos, eu também discordo de alguns de seus pontos de vista), muitas vezes chegamos no mesmo destino.

“A verdade, por ser verdade, não obriga. Ela está lá, firme, segura, à espera de que cheguemos até ela. Somos nós que precisamos do aprendizado obtido no trajeto, no esforço, para merecermos o ‘tesouro’. Ela não exige: quem quiser, quem realmente quiser, de acordo com o seu jeito, não importa como, chega até ela!”.

Escrevi estas palavrasno meu caderno de anotações (da FLIP, claro!), minutos após o encontro com Pondé, sentada no stand da Companhia das Letras. Poder ficar perto das editoras é muito bom… Tão perto, tão longe! 😛

No sábado, 07/07/2012, tive a oportunidade de comparecer à palestra de Annalena McAfee, escritora britânica que deixou o jornalismo para se dedicar à escrita e lançava um romance, “Exclusiva”, sobre uma jornalista de hard news que enfrenta as mudanças no jornalismo escrito.

Annalena e eu

Impossível não admirar a simplicidade e, posteriormente, conferida simpatia da escritora e refletir sobre a minha vida. Momentos preciosos!

No almoço deste dia, além de toda riqueza literária, descobertas culinárias. Comida tailandesa! (Kaeng Khião Wan Gai – curry  verde e lula, legumes, manjericão e arroz de jasmim).

Almoço Thai

No final da noite, o sagrado cafezinho (também da manhã, assim que eu chegava à cidade, por volta das 10h) oferecido no stand da Folha, acompanhado do jornal e da deliciosa bala de capuccino. Livro e Café (+ mar!!!!). Oásis!

Café Casa Folha

Foi um desses cafezinhos, mas no domingo, 08/07/2012, minutos antes de ir embora, que inspirou o começo do novo romance – estacionado devido ao “Desvendando o Amor” -, que trata, de forma literária, da dor que eu vivi este ano.

Sexta também estive  no bate-papo com Lilia Moritz Schwarcz e Oscar Pilagallo,  onde pude desfrutar de outra área do conhecimento que me fascina: a História! E sábado, com Felipe Pena, que me autografou o romance “O Marido Perfeito Mora ao Lado” (romance que se passa na Clínica de uma faculdade de Psicologia e tem mistério, conceitos psicológicos… adorei!). Mas, infelizmente, não tinha a máquina para tirar fotos.

Minha FLIP chegou ao fim com sensação de realização, de mergulho na vida, mergulho no trabalho… mergulho em mim! Resta agora fazer bom uso de tudo o que tive a oportunide de viver ali… E torcer para conseguir voltar ano que vem!

Deixe um comentário