Renascendo das Cinzas

fenix mulher

Existem três tipos de pessoas:
1 – as românticas puras que enxergam apenas o sentimento, a beleza e o resultado final de todo um trabalho em um relacionamento, que se chocam com os momentos de tédio, brigas ou detalhes práticos e sentem-se desiludidos diante dos fatos;
2 – aquelas que acham que o amor é algo quase matemático, simples resultado de convivência ou combinações de lacunas (trocas de favores) e que escolhem ou são atraídos (a) seus pares mais por situações circunstanciais, enxergando apenas o lado prático de um relacionamento, como se fosse algo comum e qualquer, fazendo com que pessoas sejam secundárias, substituíveis por outras parecidas que cumprissem a mesma função em determinado momento;
3 – e aqueles que entendem que há várias formas de o amor entrar em nossas vidas: amor à primeira vista, amizade que vira amor, paqueras bem sucedidas e todas as variáveis. Maduros, têm consciência de que o final feliz e as cenas editadas dos filmes e livros são apenas mensagens gerais, passadas por um formato específico (filme – apenas 2 horas de duração e livro, mais ou menos 400 páginas, portanto, há uma necessidade de resumo) por necessidade, e que as “cenas cortadas” também fazem parte do roteiro da vida. Contudo, não usam esta sabedoria como desculpa para serem realistas demais, não românticos ou céticos, porque entendem a grandeza que pode, sim, haver em um relacionamento a dois, quando não predominantemente guiado pelo ego e pelas necessidades individuais, quando se espera receber muito mais do que dar (número 2); mas sim, guiado pelo lado mais íntimo e sublime de nós, tocado pela presença e existência da outra pessoa em nossas vidas, estimulando o gesto de doar muito antes de receber. Embora todos os fatos e seus “efeitos colaterais” de circunstância e realidade também aconteçam – porém, como consequência, não causa.

Lamento a humanidade “doente” que, em sua grande maioria, ainda está no grupo dois e chama muitos “3” de “1”, contaminando a prática dos relacionamentos conjugais humanos. Que têm o poder de, por serem tão íntimos, despertar o melhor em nós e elevar também todos os outros setores de nossa alma: cidadania, profissão, autoestima, relacionamentos diversos (família, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, humanidade) etc.

Lamento quando, repetidas vezes, valores secundários – como uma cor de cabelo bonita, um óculos de sol atraente e o fato de alguém preencher uma carência sua e ter um status social favorável (ou seja: “Os outros vão me achar o máximo por estar com esta pessoa… quem é a pessoa mesmo? Ah, não importa, o que importa é que meu ego vai no teto” e, assim, eu terei a falsa noção de autovalor) – geram um pseudo sentimento e falam mais alto do que poderia ser bom de verdade, não importa como, não importa o tempo.

Embora minha sensibilidade ainda ache um método muito cruel de aprendizado e preferisse um mais brando e longo, às vezes acho que Deus desaparece de nossas vidas, fora, para que possamos enfatizar a nossa própria capacidade de superação, sem depender de terceiros, sendo obrigados a buscar mais fundo dentro de nós por nosso lado divino e, de tanto apanhar, escolher usa-lo de uma vez, parar com essa bobagem de insegurança, medo de perder e/ou assustar os outros com sua potencialidade e finalmente virar o jogo.

Quando a verdade, um dia (pode levar anos, décadas, eu sei, porque o tempo de Deus, infelizmente – cansada de sofrer, não consigo mesmo mais barrar minha ansiedade nem ter um segundo mais de paciência, embora seja o obrigada a ter), aparecer (e até lá, eu sei que muitos terão pena de mim ou me chamarão de louca – por não entenderem o que eu sinto e o que de fato vivi não caber em sua noção de realidade, não por eu realmente ser – embora quase tenha ficado), o meu NÃO valerá anos de espera e será do tamanho de um Outdoor!

Não há amor maior que manter-se fiel à sua essência, apesar de tudo que o convida para fazer o contrário (e que machuca mortalmente quando você, cansada, quase cede). Não, não jogarei no lixo a grandeza de ser número 3 (apesar de toda dor e decepção) por uma pessoa que fala outra língua e ainda vive presa em 2, desperdiçando a chance ÚNICA que teve. Atraímos para nós aquilo que vibramos. E este, muitas vezes, já é o nosso próprio inferno!

Fonte imagem: priscila.antunes.blog.uol.com.br