O Amor e o Sexo: opostos ou amigos?

 Bom dia a todos!

Estava postando no twitter – o melhor veículo de informação que eu possuo, dá notícias de todos os assuntos! –  um aviso a respeito da capa do meu e-book.  Eis que um artigo de relacionamento chamou-me a atenção. http://colunas.revistaepoca.globo.com/sexpedia/2012/06/01/2453/#comment-26418

Fiz um comentário e aguardo aprovação. Não me contive e escrevi o segundo, que me sugeriu este tema e este texto, e que copio abaixo.

Eu sempre refleti a respeito da vida, da alma e continuamente me analisei. Antes mesmo de saber que isso era possível. Foi algo natural. Tenho minha bagagem, minha personalidade. Entretanto, no meu caminho pessoal, nas buscas para as minhas questões, consegui encontrar respostas para mecanismos gerais, referentes à alma, ao ser humano.

Um desses conceitos descobertos, seja por leitura, seja por palestras ou por conversas riquíssimas entre amigos que adoram filosofar, seja, também pelas minhas reflexões a partir de tudo isso e de experiências vividas, foi o extremismo que ainda existe em nosso modo de pensar. Não é novidade, sou apenas mais uma a descortinar isso.

Somos almas crianças, que, assim como a Psicologia estudou a respeito da criança propriamente dita, ainda entendem por mundo apenas o que está presente ao seu redor. O que está na sala ao lado deixa de existir. Assim como o que ainda não vivemos, a cultura do outro, o pensamento do outro. Só o nosso é válido, só o nosso é real.

Isso gera ideias cristalizadas e limitadas, já que o que é levado em conta está restrito à vivência de cada um. Dentre tantas vivências no mundo! Se sairmos de onde moramos, descobriremos uma nova cultura. Eles estavam lá este tempo todo e continuarão depois de partirmos. Eles veem a vida, tem hábitos e conceitos diversos dos nossos. Para eles, aquilo é realidade. Assim como, para nós, o que nós presenciamos é a nossa. Mas as duas (e muitas outras!) existem! Por que levamos em conta apenas uma?

Em vez de abrir a mente para o outro mundo do outro, que é tão mundo quanto o seu e pode contrubuir, nos sentimos ameaçados e defendemos com unhas a dentes nossos ideais. Egoísmo. Só o meu é que importa. Mas e o “meu” do outro, que acontece com os mesmos mecanismos que o seu? Onde fica? Será que de fato não existe, ou sou eu quem não consegue visualizar?

Baseado na quebra destes extremos, transcrevo a segunda parte do comentário. Por Deus, eu espero ser bem interpretada. Não estou falando de sexo porque o banalize, como muita gente faz ao falar. Falo dele exatamente com a finalidade de ser mais uma a contribuir para que ele possa ser falado de forma natural, para que esta forma tendenciosa para a sexualidade exacerbada vá caindo por terra e que, ao aceitarmos este sexo natural em nós, não haja mais motivos para falar de sexo de forma exacerbada… Apenas normal. Quando todos exercitarem bem, o sexo voltará para onde deve estar: na vida íntima de cada um, não exposto e vendido.

Para atingir este patamar, é necessário trocar experiências com o outro sobre como fazê-lo, aceitando e debatendo o tema, com respeito, com consciência e equilíbrio. É desta constante troca de vivências e opiniões que progredimos. Uns ajudamos aos outros, não tem como escapar!

Eis o comentário:

“Tomei coragem! Para completar o que eu disse, um exemplo prático: fiz um filme “Escritora tira roupa para falar de Amor” que defende meu conceito de sexo e amor, e dá um recado ao homem que, com respeito, sinceridade e pesar, eu já chamei de “burro” ao escolher os relacionamentos. O video foi o primeiro passo para eu perceber esta sutileza entre os conceitos, os meus erros que contribuíram para o desencontro da história e a minha natureza física saudável, que deveria ter sido levada mais em conta. A necessidade de união dos extremos, e não de briga entre eles. Nele eu conto que tenho sete orgasmos, e mais. O que eu nunca disse, e falo agora, para balizar a opinião anterior, é que só os tive quando pensei nele, quando realmente fiz amor, ainda que sozinha (não dizem que o orgasmo está na mente???). Sempre que fiz sexo, quando conseguia e, literalmente, depois de suar demais, era um e “olhe lá”! Aí me pergunto se este orgasmo único e às vezes ausente é o que move as pessoas que só querem prazer, e pensei: coitadas! Eu tive as duas experiências e digo não como moralista, mas como quem encontra a felicidade e, por ter obtido este estado de alma, quer que os outros sintam o mesmo: já estão cansados de três, quatro, cavalo, cachorro, árvore, criança, vouyer, estimulador de clitóris, simulador de língua, boneco inflável, calcinha comestível, roupa de marinheiro (hum!) e enfermeira com fio dental? Querem novidade no sexo? Eu tenho uma ótima e revolucionária: façam AMOR! O problema é que cada um fica no seu extremo e ofende o extremo do outro. Que tal os moralistas admitirem que possuem hormônios e que fomos castrados sexualmente pelas gerações pretéritas, mas os que partiram para a libertinagem sexual (um pouco além de liberdade) compreenderem que os moralistas tem um quê de verdade ao alertarem para as consequências emocionais do sexo, e todos fazerem com equilíbrio e com muito, muito mais prazer? 😀

Abraços!

Camila”

Às vezes é bom ter espaço limitado para escrever, mas querer passar a mensagem. Consigo resumir. Reflitam!

Mas eu sou eu… no meu espaço, escrevo mesmo! Garanto, entretanto, serem minutos bem empregados…

Quem tem o mínimo de sensibilidade consegue desenvolver afetividade por quem convive: um novo amigo, um colega de trabalho, um parente afastado que agora convive conosco e, claro, uma parceira conjugal.

Há diversas histórias de como um casal se encontra, e cada um tem sua experiência. Em linhas gerais, um relacionamento inicia-se por conhecer alguém, ir experimentando e gostar, ou por conviver, admirar traços de caráter e desenvolver um sentimento. Ambos podem ser sentimentos genuínos, ou armadilhas de nossas carências. Mas há também quem reconheça a pessoa e tenha um sentimento latente despertado. Foi o que aconteceu comigo. Bem diferente dos sentimentos platônicos criados antigamente pelo Ego. Embora as aparências confundam… Elas às vezes enganam… E saber disso foi uma de minhas maiores lutas!

Por isso é tão importante nos conhecermos e estarmos em paz e equilíbrio interior: para atrair isso a nós e evitar experiências ruins, quando desnecessárias. Aprendemos com TUDO porque a Vida é generosa e não pune, apenas ensina. Há, portanto, sofrimentos necessários para determinado aprendizado, mas também os voluntários.

As experiências que temos servem muito mais para nos educar do que por elas em si. Quantos empregos tivemos até encontrar o que realmente nos faz feliz, ou ao menos supre nossas necessidades de manutenção da vida? Quantos namorados tivemos para ajudar nosso autoconhecimento e chegarmos na relação que realmente desejávamos? Se a primeira, a segunda ou a terceira experiência é que fosse a “final”, estaríamos nela, e não na atual. Porém, foram apenas “meios” para chegarmos onde estamos. Mecanismos de aprendizado, não resultado de nossas conquistas. E, vale lembrar, a que estamos agora pode ser também um meio. Só o tempo vai dizer!

Por isso não devemos nos apegar em pessoas (o que não tem absolutamente NADA a ver com frieza, pois isso é medo de se envolver, medo de sofrer uma perda… apego!), bens materiais, situações. Muitas vezes os fatos e os relacionamentos que vivemos são sim exteriorização positiva do que trazemos na alma. Muitas vezes, porém, são provas, testes, que existem apenas para nos ensinar e, da mesma forma que vieram, vão.

Portanto, quando já se viveu algo ou já se sabe determinada característica sobre si graças à intuição, não há mais necessidade de passar por situação “x”. Cair em erro novamente é sofrer desnecessariamente. E isso é não jogar a “regra do jogo”, é não fazer a lição que a Vida nos ensina. É desperdício de recursos, de vida.

Queridos amigos espiritualistas e eu falamos muito sobre a conscientização do uso do corpo, a responsabilidade que temos quanto ao modo de comer, de dormir, de evitar vícios e etc. Que, com exceção de atitudes realmente nocivas (violência, raiva, crimes, etc.), não é necessário condenar nenhuma atividade “da carne”, apenas controlar seus excessos. Apesar da consciência deste mecanismo, e reconhecendo o extremo de conceitos e de materialidade que, paradoxalmente com minha busca pela alma, eu vi em mim, mas seguindo minha natureza de refletir e mudar, pergunto-me se meus amigos não sejam tão materialistas quanto eu e consigam ter uma conduta satisfatória quanto ao corpo, pois os resultados de nossos esforços vemos e colhemos agora. É a consciência da alma sendo exercida, mas, ainda com nossa visão limitada, apenas no que é palpável – o corpo. Entretanto, será que aplicam este mesmo grau de consciência nas emoções, na lida com a afetividade ou, mesmo sabendo ser a maledicência um vício moral, danificando a alma tanto quanto o cigarro ou o álcool, o excesso de açúcar e de gordura danificam o corpo,  desprezam a gravidade do vício afetivo/sexual que todos nós ainda trazemos, porque este ainda não é visível e tangível? Será que o mesmo desperdício de energia vital, de oportunidade de crescimento ao controlar instintos e más tendências nas potencialidade do corpo, responsável e sabiamente lamentado, é evitado também na afetividade, na vitalidade emotiva, ou neste campo, ainda deixamos o “cavalo selvagem das paixões”, como cita “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec), “correr sem condutor, de forma desenfreada”? Será que nós já não podemos mais?

O problema, de qualquer forma, não está no erro em si. Vamos nos libertar, temos muito o que aprender, precisamos errar! Mas que sejam erros novos. Que possamos aprender com os velhos.

Portanto, quando pudermos, vamos evitar relacionamentos doentes!

É para este público que escrevo: para quem já tem condições de fazer melhor e ainda não o faz por preguiça moral, confusão de conceitos ou simples ignorância, mas já vive um conflito interno e busca algo melhor. Não quero violentar ninguém! Cada um tem seu tempo, e se ainda não despertou para estes relacionamentos mais maduros, PRECISA dos outros – por isso não devemos, JAMAIS, julgar ninguém… Se mal sabemos o que se passa dentro de nós, como saber o que realmente ocorre com o outro?

Sendo assim, que relações nascidas de atrações efêmeras e confundidas com reais, pelo simples fato de, por termos aquele mínimo de sensibilidade já citada e desenvolvermos afeto por alguém com quem estejamos fazendo sexo no momento e alguém que está ao nosso lado para suprir nossas carência, (apesar de, aparentemente, ser MUITO parecido com um relacionamento saudável), não sejam confundidas com um sentimento real.

Sentimento é uma coisa, conjunto de sensações que forma um efeito similar a ele, é outra. Um sentimento pode e geralmente nasce de um conjunto de sensações. Mas nem todo conjunto de sensações vira sentimento… Ter um certo carinho por quem fazemos sexo ou buscamos afetividade devido a carências porque é natural nos afeiçoarmos a quem está em nosso círculo, pode ser “armadilha do Ego”, algo circunstancial, e não um sentimento real, que tenha uma causa efetiva.  E o que quero dizer com “causa efetiva” não precisa, necessariamente, ser “causa anterior”. Por ser atual, mas precisa ter finalidade cujo objetivo seja o Bem da alma. Não somos robôs pré-programados. Existem razões para tudo na vida, mas existe também o livre-arbítrio, que modifica o destino. Que ele venha para o bem, ótimo! Não é isso que rebato! O que eu condeno aqui é quando fazemos mal uso dele e promovemos o desvio!

Se já se pode fazer diferente, se não há mais necessidade deste tipo mais superficial de relacionamento, que ele não impeça uma união de infinitas possibilidades de crescimento! Nobre e humana união, na qual não apenas as atuais necessidades satisfeitas imediata e articialmente serão supridas, mas viver-se-á tal satisfação que estimulará virtudes; e onde não apenas haja o tão buscado sexo, mas que ele atinja um nível nunca antes vivido, potencializado por um sentimento mais puro e, exatamente graças a ele, que se viva uma cumplicidade, uma amizade, um carinho, companheirismo, diversão, prazer com a simples presença da pessoa e uma espiritualidade, que só um sentimento assim oferece! 

O que desejamos para nós? Do que nos sentimos merecedores? Em que acreditamos? Estas respostas atrairão a cada um o relacionamento que merecem, com o qual afinizam.

Desejo que o Amor, quando possível, quando justo e quando da vontade de Deus, seja soberano em nossas vidas!

Muita paz!

fonte da imagem: adilsoncosta.com